Prelo
Tiago Novaes
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Goodpods has curated a list of the 10 best Prelo episodes, ranked by the number of listens and likes each episode have garnered from our listeners. If you are listening to Prelo for the first time, there's no better place to start than with one of these standout episodes. If you are a fan of the show, vote for your favorite Prelo episode by adding your comments to the episode page.
09/29/20 • 39 min
#013 – Você há de reconhecer: as redes sociais saíram do nosso controle. Seus efeitos têm extrapolado o que prevíamos como uma mera ferramenta de sociabilidade e trabalho e começaram a moldar a subjetividade contemporânea.
Por que isso é importante para o nosso ofício como escritor?
Venho reparando, tanto em alguns colegas quanto nos participantes de minhas oficinas, em uma tendência à irritabilidade, ao fôlego curto, a uma queixa constante em relação à própria falta de foco. Muita gente que se formou no romance russo novecentista dizendo que não estava mais com paciência para ler parágrafos longos. Ao mesmo tempo, a experiência de escrever um trechinho de qualquer coisa sem conseguir evitar o ato compulsivo, a cada cinco minutos, de interromper-se para verificar as novidades mínimas em um celular.
A escrita demanda um exercício de concentração em uma atividade exigente, elevada, altamente sofisticada, que requer atenção a nuances e sutilezas. Ela exige uma atenção complexa ao grão e à praia, ao devaneio disponível e à forja do detalhe.
Mas há uma força poderosíssima no sentido contrário e que anda nos emburrecendo. Em uma sociedade de excesso de informação, a escassez é a do foco, da concentração, do trabalho vertical. Justamente a habilidade requerida para escrever um conto, uma crônica, um romance. Esta força dispersiva tem sido cada vez mais intensa, quanto maior é o investimento – estamos falando em milhões de dólares – das empresas como Google e Facebook de aperfeiçoar uma máquina acessível como o smartphone que explore nossas fragilidades e que funcione como um caça-níqueis.
A luta tem sido desigual.
Mas eu preciso das redes para divulgar o meu trabalho! Estou isolado: como faço para conversar com as pessoas?
Quero te propor um experimento. Se você é dos que não têm conseguido ficar longe do celular por muito tempo, este experimento seguramente irá acabar com a angústia de fundo provocada pela necessidade de aprovação que as redes têm estimulado. Ele irá propor interações reais e verdadeiras no lugar da amizade superficial com milhares de contatinhos, além de um tempo de silêncio genuíno, sem os efeitos de abstinência.
O seu romance, afinal, é mais importante do que acompanhar o churrasco de domingo daquele amigo da adolescência que você nunca mais encontrou.
É a proposta de voltar a fazer das redes sociais uma ferramenta como outra qualquer: como uma bicicleta ou uma máquina de escrever. De readquirir a autonomia, restringindo um pouco liberalidade descontrolada que os engenheiros deste mercado de atenções têm estimulado com eficácia avassaladora.
Recomendo com bastante veemência que você escute este episódio de Prelo e comece, na contracorrente da revolução digital, uma revolução analógica.
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04/04/24 • 36 min
#096 – Durante bastante tempo – tempo demais, acredito –, fomos seduzidos por filmes, youtubers e livros de desenvolvimento pessoal a uma cultura da produtividade como sinônimo de felicidade. A ideia central desta cultura consistia na crença de que é possível e necessário desenvolver métodos de comprimir atividades e dilatar o tempo para fazer caber mais – mais trabalho, mais faturamento, mais ambições. A obsessão dos “high achievers” era derivada de uma versão corrompida do já tresloucado fordismo, transferido para os trabalhadores do conhecimento e funcionários de escritório.
Na literatura e nos seus irmãos mais mundanos, como o jornalismo e a produção de conteúdo, a moda pegou. A ideia era a de que deveríamos nos forçar a produzir a partir de “sprints” de escrita, de que dava para inventar de modo sequencial e uniforme, de que certos sistemas de organização aumentariam o nosso leitorado. 5000 palavras por hora. Opiniões sobre tudo. Um livro por semestre. Um conteúdo por dia. Nos acostumamos aos reels, aos nuggets, aos drops como modos de transmissão. Tanto o fazer quanto o consumir se atomizaram. É assombroso como essa tendência foi antevista ainda mais cedo, por um outro filósofo, Walter Benjamin, que vai escrever em um dos seus textos clássicos: “Hoje, nada se faz que não possa ser abreviado.”
A reação não tardou a chegar e foi generalizada. Crises de burnout e depressão em todas as esferas da sociedade, o abuso de álcool e de opioides, e uma espécie de confirmação pela experiência de que uma quantidade maior de horas trabalhadas não correspondia a um aumento da produtividade. Passamos a estudar as aparências, mais do que as coisas: como “se sair bem” numa entrevista, como criar um perfil. O filme foi substituído pelo trailer. A paixão pelas teorias motivacionais. O livro pelo autor.
Já desde antes da pandemia, assistimos a um outro movimento, uma reação ao primeiro. Ele vai afirmar o contrário do que se dizia. Quer mais? Faça menos. Faça melhor. Seja mais inteligente. Pense grande. Ganhe fôlego. Esvazie-se para que algo novo possa surgir. As 50 horas de trabalho semanais são uma armadilha de subserviência e domesticação. Elas nos tornam repetitivos e apáticos. Se as pessoas tivessem mais tempo livre, elas renderiam mais. O único modo de saber para onde estamos indo é parar.
Obras como “A única coisa”, de Gary Keller e Jay Papasan, “Essencialismo”, de Greg McKeown ou “Não Faça Nada: a batalha pela economia da atenção”, de Jenny Odell, defendem isso. O fazer, pura e simplesmente, é uma forma de alienação. Fazer por fazer é uma tolice. Escolha aquilo que merece a sua atenção. Aquilo que você sabe fazer, que é reconhecido e que encontra aí a sua paixão. Há muita coisa interessante a depreender destes livros. Nada melhor que limpar a agenda: eliminar o supérfluo; automatizar (pelo hábito ou pela tecnologia) o recorrente; delegar o que não é seu e que outros fazem melhor do que você. Aplicando certa filosofia e orientação, vai caindo a ficha de que a maioria de nós nunca nos ensinou de fato a trabalhar (planejar, pensar atividades, combiná-las de modo integrado aos nossos ritmos internos).
Na escrita, a equivalência é a da escrita lenta. Nas redes, da produção lenta de conteúdo. Ao invés de pílulas, fragmentos, versões repetidas do que se viu por aí, concentre-se na singularidade. Tome o seu tempo. Não tenha pressa. Abandone de vez a comida processada e o conteúdo ultraprocessados das redes.
No episódio desta semana de Prelo, falo sobre “A lentidão como método” e a Escrita Lenta. É uma proposta de revisão do modo como estamos escrevendo, e de como você pode aplicá-lo na sua rotina. Está mais que na hora de escrevermos no nosso tempo. De aceitarmos a oscilação dos ritmos próprios.
Como disparador da conversa, valemo-nos da obra "Slow Productivity", de Cal Newport. O livro que citamos é "Dionisio em Berlim", da Quelônio.
08/18/20 • 56 min
O que aprendemos sobre o ofício do escritor com o trabalho da tradução? E o que podemos aprender traduzindo um dos maiores escritores não apenas do Brasil, mas da língua portuguesa e de toda a literatura ocidental?
Neste episódio de Prelo, Tiago conversa com Flora Thomson-Deveaux, tradutora da mais recente edição para o inglês, publicada pela Penguin, de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Foram cinco anos de trabalho, de investigação lexical, de reconstituição histórica e ambiental de um ambiente linguageiro, perfazendo o caminho da "pena da galhofa" e da "tinta da melancolia".
Flora Thomson-Deveaux elaborou a tradução como parte de seu doutorado na Universidade de Brown. Formada em Princeton, teve contato com o nosso português traduzindo partes de uma biografia da Carmen Miranda. A leitura ofereceu um vislumbre do mundo cultural brasileiro. A partir daí, foi um pulo até que desejasse vir ao Brasil para um intercâmbio. Flora veio e ficou. Fala o português como uma carioca da gema.
Neste bate-papo, conversamos sobre a sonoridade do português, a exploração de dicionários, a surpresa machadiana aos olhos estrangeiros, a recepção da literatura brasileira no consistente mercado editorial estado-unidense – e aventamos hipóteses do fenômeno notável de esta tradução de Machado estar vendendo como banana nos EUA (ou como diriam eles, like hotcakes)
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07/07/20 • 39 min
#007 – Hemingway, em Paris é uma festa, afirma que o escritor deve buscar a sentença verdadeira. A todo custo. Nada além disso merece atenção. Na literatura de não-ficção – biografia, ensaio, jornalismo literário – o autor se vale de recursos literários para transmitir uma verdade, ou um recorte desta verdade.
A pergunta que podemos fazer é: mas qual verdade?
A verdade já não é mais a mesma. Nunca foi. A verdade tem uma história – e já se contaram muitas vezes as suas versões.
No começo do século XX, as pretensões positivistas de conhecer a verdade se mostraram insuficientes diante dos impulsos autoritários das grandes potências, que precisavam cavar um lugar na dinâmica do mundo pós-industrial. Nesse mundo, controlar narrativas de poder e domínio era uma condição para avançar na política.
Desde então, passamos por outras revoluções que colocaram em crise as nossas verdades, no plural. O mundo está dinamizado, e agora os discursos de poder penetram a nossa intimidade, os nossos sonhos, e cada um de nós precisa encarar um microcosmo próprio onde essas narrativas se infiltram.
O filósofo Michel Foucault (1926-1984) inaugura a crítica da verdade. A relação entre sujeito e objeto, antes tidos como unidades universais e necessárias, é subvertida. Assim, as formações discursivas se modificam para observar o poder sob nova luz: não como objeto, mas como prática social, capilarizada, espalhada em todos os tipos de relações.
Em uma sociedade saturada de controle e urgências, Prelo convida você a refletir sobre um novo movimento de escrita e pensamento, fruto da irrupção de verdades conflitantes pelo qual passamos coletivamente.
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03/21/24 • 44 min
#095 – Os dias não nascem iguais.
Alguns começam bem e terminam mal. Uns são de festa, outros de ressaca.
Tem vezes que a gente acha que conquistou o equilíbrio, até que um pensamento ruim vem roubar o sono, e você passa duas horas para se acalmar e convencer-se de que está tudo bem de novo.
O budismo chama isso de doença do pensamento: raiva, desejo, insegurança estão sempre agitando as águas da nossa consciência.
É o amanhã que promete algo. É o amanhã que nos ameaça. É a dor na perna. É a mágoa e o remorso. Remordimento, remoer, morder, estas palavras compartilham a mesma origem: como se dentro de nós um roedor estivesse nos comendo vivos.
Na era do isolamento digital, perdemos recursos para lidar com estas ondas de humor. Ao que parece, a sociabilidade, por empatia e mímese, nos ensina a lidar com os nossos escrúpulos e neuroses. A alegria do amigo pode atenuar a nossa melancolia. A tristeza do outro ajuda a enxergar as próprias misérias com mais distanciamento.
Cultivar a paciência e a curiosidade perante a “outridade” do outro, com suas manias e particularidades, faz de nós criaturas melhores.
No episódio desta semana de Prelo, falo da influência sobre o ato criativo de duas forças aparentemente antagônicas: a autonomia e a sociabilidade.
Nesses pouco mais de quarenta minutos, vou te mostrar, a partir de experiências e investigações científicas, como que fazer parte de alguma comunidade de autores pode te ajudar a emancipar a sua atividade das oscilações cotidianas. E como cuidar disso que parece exercer tanto efeito sobre como nos apresentamos para o mundo: a confiança em si e no que se faz.
11/01/22 • 47 min
#064 – O que seria dos atletas se estes só treinassem quando estivessem inspirados? E dos enxadristas profissionais? Como seriam as cirurgias feitas pelos médicos bissextos?
O escritor profissional é como qualquer outro praticante de um ofício complexo. Feito um atleta, um docente, um músico, sua prática se tornará exponencialmente melhor quando ele acorda cedo de segunda a sábado para treinar nos mesmos horários.
Existe uma diferença entre jogar futebol no fim de semana com seus amigos e ser um atleta profissional. Escrever uma história aqui e ali tem a sua beleza, mas não levará você muito longe. Se quiser ser um escritor profissional, você terá de entender os caminhos. Ler, estudar, escrever, dialogar. Fazer parte.
Neste episódio de Prelo, converso com Leonardo Garzaro sobre como ser um escritor profissional e sua obra mais recente, O Guardião de Nomes.
Leonardo Garzaro é escritor e jornalista. Paulista, nascido em 1983, fundou diferentes editoras independentes e editou dezenas de livros. Seu primeiro romance, o infantojuvenil O Sorriso do Leão, teve os direitos vendidos para editoras de seis países, com traduções para o inglês, espanhol, turco e árabe. Alguns de seus contos foram publicados na premiada revista norte-americana Literal Latin Voices.
Além de participar do podcast, Leonardo é editor convidado para o Tertúlia: Editores, evento online que acontecerá nos dias 16, 17 e 18 de novembro.
As inscrições já estão abertas e as vagas são limitadas.
Não perca tempo e garanta o seu lugar neste que será um encontro imperdível e um divisor de águas no seu percurso literário.
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03/02/21 • 36 min
#024 – Escrever é um ato de enfrentamento. De corpo a corpo. Não à toa, Kafka, Enrique Vila-Matas e Maurice Blanchot assumiram de forma recorrente a sua dificuldade em relação à prática da escrita. E mais que isso: fizeram da resistência um mote, um motivo artístico.
São dois afetos contraditórios. Anseio e ansiedade. Medo e desejo, traduzidos pela hesitação. A caneta corta o papel, a narrativa rasga a nossa biografia, faz aí uma alquimia. Quem escreve, proscreve e prescreve. É muito poder. Demais, talvez.
Você: hesita? Qual a raiz da sua hesitação?
Se você tem expectativas em relação à escrita, certamente já experimentou aquele momento epifânico de comunhão com a palavra, que justifica o desejo de escrever. Mas daí, no correr dos dias, a corrida passa a valer por si mesma.
“Sonhos não enchem a barriga. Preciso cuidar da minha vida. Não sou bom, mesmo.”
Sem estes anseios e a hesitação que lhes convém, não passamos disso – de barrigas. Quando os tais sonhos parecem complexos demais, há uma força pulsional que deseja nos resumir a pouco, ao minimalismo organicista das necessidades elementares.
Neste episódio do Prelo, falo sobre como fazer da resistência um recurso a favor da autora, do autor, e apresento algumas soluções para transformar o medo em potência criativa, considerando em que medida a dor pode estimular a produção literária e qual as condições necessárias para se valer desse páthos, a fim de que estejamos à altura da aventura de nossa vida, sem dobrarmo-nos às nossas próprias neuroses.
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10/26/23 • 56 min
#085 – O que você faria se eu te dissesse que, dependendo do modo como você trata a sua atenção, o seu tempo, os estímulos que você recebe, você pode se tornar duas pessoas completamente diferentes?
Se eu te dissesse que certos estímulos e sob certas condições, você pode revelar o seu lado criativo, calmo, profundo?
E que a sua outra face é o contrário disso? Uma pessoa impaciente, míope, incapaz de perceber os sinais e as sutilezas à volta, e por conseguinte, pouco criativa e inapta a pressentir as possibilidades e riquezas das pessoas a sua volta e das situações em que se encontra.
E mais: se eu te dissesse que tudo a sua volta está te estimulando a ser esta segunda pessoa?
No primeiro episódio da quarta temporada do Prelo, vamos mergulhar em como a mente funciona a partir de duas perspectivas completamente distintas.
E vamos discutir um terceiro elemento: o sono, e como este estado de inconsciência ativa pode te estimular a criar, a sonhar, a escrever.Inscreva-se agora no canal! Clique:
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07/13/21 • 60 min
#034 – A gente começa com uma ideia. Ou nem isso. Uma cena incompleta, como num sonho. Sem pé nem cabeça. Apenas o sistema circulatório de um corpo rarefeito.
Às vezes, não se tem nada para começar. Andarilhos sem bagagem, palmilhando o sopé de uma cordilheira escondida pelas nuvens.
Um bom romance parece, antes de escrito, uma quimera.
Depois de concluído, é como se ele sempre existisse.
Não podemos conceber um mundo sem “Perto do coração selvagem” ou “Grande Sertão: veredas”, assim como não se imagina o Rio de Janeiro sem o Pão de Açúcar ou São Paulo sem o Masp.
E no entanto, a avenida Paulista já foi despida do museu projetado por Lina Bo Bardi. Era uma avenida de casarões e carruagens. Outra avenida.
Para que um museu passe a existir, são necessários iniciativa política, circunstâncias sociais e amplos subsídios. Um livro exige outras coisas.
Estamos de volta com o Prelo. Neste episódio, conversei com duas escritoras de estilos e métodos de trabalho muito diferentes que se conheceram no meu curso online do romance, “A preparação do romance”, ficaram muito amigas, e escreveram dois grandes livros.
Andrea Berriel escreveu um thriller policial. A Andrea é uma autora de fôlego, uma criadora de tramas sofisticadas e de personagens inesquecíveis. A conjugação feliz destes elementos rende uma leitura deliciosa.
Virginia Ferreira escreveu um romance psicológico carregado de intensidade, a história de uma mulher que resolve desaparecer no mundo, que faz de sua viagem uma perseguição e uma fuga. Nos estratos do livro, uma experiência traumática do presente faz refluirem as arbitrariedades não elaboradas do passado.
Acompanhei a escrita e o processo criativo de ambas as autoras. E quando as convidei para conversar sobre o fazer do romance para o Prelo, o que pretendia era mostrar um pouco para você as inseguranças comuns no ato de elaborar uma prosa longa, as soluções que encontraram e como você pode se valer do seu próprio estilo e seu próprio jeito para construir um romance.
Estas obras não existiam e passaram a existir. O que as desatou?
Com o retorno de Prelo e esta conversa necessária sobre a criação do romance, iniciamos os trabalhos do segundo semestre de 2021. Tenho uma grande novidade, que vou anunciar em breve. Por aqui, mesmo, nestas mensagens. :)
Enquanto isso, fica o convite para você participar da conversa comigo, Virginia e Andrea.
Mais sobre elas:
Andréa Berriell é escritora e artista visual (desde que se lembra), arquiteta e urbanista (UEL, desde 1996), professora universitária (UFPR, desde 2004), doutora em Engenharia Florestal (UFPR, desde 2009). Autora do romance “Mulheres que plantam a Lua” (2018) contemplado no 1o Edital Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE) e publicado pela Arte Editora. Autora de um novo romance (no prelo) desenvolvido durante o curso EC – A preparação do Romance.
Virginia Ferreira é mestre em sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e doutora em antropologia cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez um pós-doutorado em antropologia e direito na Universidade de Brasília (UnB). Depois de realizar etnografias e de escrever dissertação, tese e artigos, percebeu sua paixão pela escrita. Passou a escrever contos e pequenas histórias e participou de oficinas de escrita. Hoje está com seu primeiro livro pronto. Divide seu tempo entre a escrita e o trabalho de analista em ciência e tecnologia no Governo Federal.
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11/24/20 • 66 min
#017 – Na tarde da sexta-feira passada, tive um bate-papo à distância com um grande amigo, o poeta Tarso de Melo. Nas mais de duas horas de conversa, colocamos em dia tudo o que vinha se passando nos últimos nove meses conosco – os projetos pessoais de pesquisa e as dificuldades que este longo hiato social tem nos apresentado. E também falamos de Bashô.
Foi quando liguei o botão de "gravar" para que você pudesse participar desta conversa. É que poucos meses atrás, topei nas redes com uma fotografia de uma pilha de livros sobre o hai cai e o poeta japonês que o Tarso postara, anunciando um curso de quatro encontros sobre sua vida e obra. Impressionado pela bibliografia sugestiva, tive a ideia de convidá-lo para o Prelo.
Bashô foi um andarilho, um sujeito que se propunha a desaparecer no ato da escrita. Seu poema era um dô, um caminho de orientação zen-budista. Por meio de uma entrega a um ofício, uma arte, consigo fazer silêncio e permitir que algo se faça a despeito de mim mesmo. É o começo e o fim de algo que apenas poderei apresentar – tornar presente – mas nunca nomear. Um poema é como um golpe de caratê, que revela num instante a realização de anos de treinamento. Um poema faz-se vida quando a vida se deixa levar pela poesia.
"Cansei da viagem
hoje faz quantos dias?
Vento de outono."
O poeta dizia que não deveríamos imitar os antigos, mas buscar o que eles buscaram. Ouça o episódio e entenda o que buscava Bashô.
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FAQ
How many episodes does Prelo have?
Prelo currently has 104 episodes available.
What topics does Prelo cover?
The podcast is about How To, Podcasts, Books, Education, Arts and Romance.
What is the most popular episode on Prelo?
The episode title 'O Escritor Profissional: uma conversa com Leonardo Garzaro' is the most popular.
What is the average episode length on Prelo?
The average episode length on Prelo is 45 minutes.
How often are episodes of Prelo released?
Episodes of Prelo are typically released every 14 days.
When was the first episode of Prelo?
The first episode of Prelo was released on May 12, 2020.
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