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45 Graus - #91 Luís Aguiar-Conraria - A visão de um ‘liberal de esquerda’, a importância e apostar na educação & muito mais

#91 Luís Aguiar-Conraria - A visão de um ‘liberal de esquerda’, a importância e apostar na educação & muito mais

07/08/20 • 110 min

45 Graus

Professor de Economia na Universidade do Minho, doutorado em Economia pela Cornell University, investigação nas áreas da macroeconomia e da economia política. Colunista regular na imprensa, actualmente no Expresso.

-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar

Este episódio é, de certa forma, duas conversas numa só.

A primeira parte foi mais típica; falámos sobre alguma da investigação mais marcante do convidado nos últimos anos, que até é mais na área da ciência política. Por exemplo, o efeito de diferentes tipos de quóruns em referendos ou a interação entre o desempenho da economia e a justiça procedimental enquanto determinantes do voto nos governos incumbentes. Podem parecer temas algo áridos, mas garanto que as conclusões são bem interessantes. Estes papers foram feitos, aliás, em conjunto com Pedro Magalhães, que foi convidado logo no episódio seis do podcast.

A segunda parte da conversa, isoladamente, podia ser um dos episódios da série Orientações Políticas que tenho gravado com diferentes convidados. Falámos sobre a visão do Luís, que se descreve como um ‘liberal de esquerda’, uma combinação invulgar que talvez explique porque é que consegue o feito raro de ter leitores de simpatias políticas muito diferentes. Isso e, talvez, o facto de não cair no perfil típico de muitos colunistas da nossa praça -- mesmo alguns dos mais persuasivos -- que apenas escrevem artigos de esquerda, ou de direita, ou contra o PS ou a defender o governo; isto é, apenas escrevem para a sua tribo, e tipicamente de uma posição moralmente superior. Esta segunda parte foi, por isso, muito mais uma discussão de ideias, sem um guião pré-definido. Falámos de temas tão diferentes como o salário mínimo e a flexibilidade do mercado de trabalho, as dificuldades do cronista regular de jornal e, a minha parte preferida da conversa, a importância da educação, e o modo como ajuda a explicar, mais ainda do que podemos achar, o atraso relativo do país.

Índice da conversa:

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Professor de Economia na Universidade do Minho, doutorado em Economia pela Cornell University, investigação nas áreas da macroeconomia e da economia política. Colunista regular na imprensa, actualmente no Expresso.

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Este episódio é, de certa forma, duas conversas numa só.

A primeira parte foi mais típica; falámos sobre alguma da investigação mais marcante do convidado nos últimos anos, que até é mais na área da ciência política. Por exemplo, o efeito de diferentes tipos de quóruns em referendos ou a interação entre o desempenho da economia e a justiça procedimental enquanto determinantes do voto nos governos incumbentes. Podem parecer temas algo áridos, mas garanto que as conclusões são bem interessantes. Estes papers foram feitos, aliás, em conjunto com Pedro Magalhães, que foi convidado logo no episódio seis do podcast.

A segunda parte da conversa, isoladamente, podia ser um dos episódios da série Orientações Políticas que tenho gravado com diferentes convidados. Falámos sobre a visão do Luís, que se descreve como um ‘liberal de esquerda’, uma combinação invulgar que talvez explique porque é que consegue o feito raro de ter leitores de simpatias políticas muito diferentes. Isso e, talvez, o facto de não cair no perfil típico de muitos colunistas da nossa praça -- mesmo alguns dos mais persuasivos -- que apenas escrevem artigos de esquerda, ou de direita, ou contra o PS ou a defender o governo; isto é, apenas escrevem para a sua tribo, e tipicamente de uma posição moralmente superior. Esta segunda parte foi, por isso, muito mais uma discussão de ideias, sem um guião pré-definido. Falámos de temas tão diferentes como o salário mínimo e a flexibilidade do mercado de trabalho, as dificuldades do cronista regular de jornal e, a minha parte preferida da conversa, a importância da educação, e o modo como ajuda a explicar, mais ainda do que podemos achar, o atraso relativo do país.

Índice da conversa:

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undefined - #90 Paulo Gama Mota - O mito de que a evolução produz adaptações perfeitas & muito mais

#90 Paulo Gama Mota - O mito de que a evolução produz adaptações perfeitas & muito mais

Como prometido, a 2a parte da conversa com o biólogo Paulo Gama Mota.

Paulo Gama Mota é biólogo, doutorado e professor na Universidade de Coimbra. Os seus interesses científicos têm sido o estudo do comportamento animal e a compreensão das suas causas evolutivas. O convidado foi também Director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra até 2015, e é actualmente presidente da Sociedade Portuguesa de Etologia.

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Depois de, na primeira conversa, temos feito uma espécie de “viagem de reconhecimento” pela Biologia Evolutiva, nesta pudemos ir mais fundo em alguns aspectos deste fenómeno complexo.

Começámos por falar de uma das áreas de investigação do Paulo: as causas evolutivas para os comportamentos característicos de cada espécie, muitos deles em resultado da selecção sexual — como vão ver, a variedade de comportamentos é imensa. Isso levou-nos a falar do desenvolvimento da inteligência, e do estranho caso de alguns cefalópodes, como o polvo, um animal espantosamente inteligente mas tão distante de nós que há quem lhe chame “o mais próximo de uma inteligência alienígena que podemos encontrar”. Na 2a metade da conversa, falámos de aspectos mais gerais da evolução por selecção natural, onde as coisas nem sempre são o que parecem. Discutimos, por exemplo, o mito de que a selecção natural produz sempre adaptações perfeitas (o que está longe de ser verdade) e uma proposta ainda mais contra-intuitiva: será que há características que evoluíram por por acaso, e não por seleção? Tudo isto devidamente condimentado por exemplos e perguntas que continuam por responder.

Índice da conversa:

  1. Comportamento e ecologia comportamental
    1. Tipos de causalidade na Biologia
      1. Ensaio de Peter Medawar
    2. Seleção social (para lá da seleção sexual)
    3. Espécies que desenvolvem plasticidade de comportamento
  2. O cérebro enquanto adaptação flexível ao ambiente
    1. Os polvos que fundiam propositadamente as luzes do laboratório
    2. O que explica que o cérebro se tenha desenvolvido em algumas espécies (como a nossa)?
    3. Experiência referida de privação de comida: Minnesota Starvation Experiment
  3. O papel da sinalização na seleção sexual e noutros tipos de comportamento
    1. Papel da seleção por arrasto
    2. Sinalização sexual
      1. O caso dos auklets, aves do Alasca
    3. Comportamentos “inter-específicos” (entre espécies)
      1. Exemplo das gazelas que sinalizam aos predadores
    4. Animais que imitam predadores
    5. Estratégias sexuais dos cabozes (peixes)
  4. Aspectos gerais da evolução
    1. Mito de que a selecção natural produz adaptações perfeitas
      1. O caso do polegar do panda
      2. Livro: O Jogo dos Possíveis, de François Jacob
      3. O caso do olho humano (também abordado no 1o episódio)
        1. Why every human has a blind spot - and how to find yours
        2. Outro teste
        3. Do it yourself do Exploratório de São Francisco
      4. Paisagem adaptativa
      5. O exemplo dos dodos
      6. Especialização e interdependência entre espécies
      7. Órgãos vestigiais
      8. O caso do apêndice humano
      9. Porquê os tubarões não têm bexiga natatória (ao contrário dos peixes)
    2. Será que há características que evoluíram por deriva genética e não por seleção?
      1. A teoria ...

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undefined - #92 Henrique Leitão - Os mitos surpreendentes da História da Ciência

#92 Henrique Leitão - Os mitos surpreendentes da História da Ciência

Henrique Leitão, doutorado em Física, Prémio Pessoa em 2014, é investigador em História da Ciência, sendo actualmente Presidente do Departamento de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Lisboa (FCUL). Interessa-se, em particular, pela história das ciências exactas nos séculos XV-XVII, pela história da ciência em Portugal e pela história do livro científico.

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Foi uma conversa fascinante e surpreendente, esta, uma daquelas que me fizeram olhar com outros olhos para a História - neste caso a da Ciência - e até mesmo para o mundo em que vivemos.

O Henrique já me tinha sido recomendado há muito tempo, mas confesso que fui hesitando, basicamente por recear que a História da Ciência fosse já um tema demasiado explorado, e sem grande matéria para discussão no podcast. Isto, claro, para além do interesse das descobertas científicas propriamente ditas e do trabalho das grandes figuras de referências.

Não podia estar mais enganado! Na verdade, a História da Ciência, sobretudo a História de como, a partir do século XVI houve uma transição para aquilo a que chamamos Ciência Moderna, tem muito que se lhe diga. E esta área da Historiografia ganhou uma nova vida nos últimos 50/60 anos; nova vida essa da qual, falo por mim, tinha pouca noção.

Neste último meio-século surgiu um debate intenso sobre uma série de factores que sobressaem numa análise mais fina e ampliada daqueles tempos e que eram, até ali, ignorados ou subvalorizados; aspectos que que nos fazem perceber que as transformações que ocorreram naquele período são muito mais complexos do que a história que nos é habitualmente contada, do surgimento, quase que por geração espontânea, de um modo diferente de olhar e estudar o mundo natural.

Nesta conversa, percorremos uma série desses aspectos; por exemplo:

  1. Será que os grandes nomes da chamada Revolução Científica pensavam como os cientistas actuais? O que dizer, por exemplo, da paixão de Newton pela alquimia, ou pela cronologia bíblica?
  2. Qual foi o motor daquela transição: um pequeno número de génios e momentos de inspiração, ou uma mudança mais transversal na organização da sociedade e na maneira como as pessoas olhavam o mundo?
  3. E essa transição ocorreu exclusivamente em alguns países do centro da Europa, ou foi um fenómeno pan-europeu? Que influência tiveram, por exemplo, os descobrimentos?
  4. E como é que áreas como a Astronomia já tinham dado o grande salto para a modernidade em meados do sec XVII, enquanto a Biologia, por exemplo, teve de esperar mais dois séculos para uma verdadeira mudança de paradigma?
  5. E, por fim, se a História é tão complicada e cheia de matizes, será que ainda faz sentido falarmos de uma Revolução Científica, ocorrida entre 1500 e 1700?

Foram estas e outras perguntas que discutimos, numa conversa que foi um pouco mais ziguezagueante do que o habitual (sorry!).

Índice da conversa:

  • Que tipo de História é, afinal, a História da Ciência?
  • A visão simplista da História da Ciência, e da “Revolução Científica”, que ainda hoje nos é transmitida
  • Limitação #1: Os primeiros cientistas não pensavam, em muitos aspectos, como nós
    • O desconforto que nos cria o interesse de Newton pela alquimia
    • Os preconceitos de Darwin
  • Limitação #2: A influência do contexto cultural e social em que actuavam os primeiros cientistas no tipo de Ciência que fizeram
    • Frances Yates (historiadora de ciência)
    • Boris Hessen (historiador de ciência) - "As Raízes Sócio-Económicas dos Principia de Newton"
    • O (alegado) papel do protestantismo no lançamento da Ciência Moderna
  • A herança pré-moderna: Europa medieval, mundo Árabe
  • Limitação #3: O papel fulcral dos artesãos na criação da Ciência Moderna
  • Limitação #3(b): As grandes descobertas científicas enquanto produto de saberes e debates partilhados num contexto social alargado
    • O papel de Galileu
  • Limitação #4: O papel da herança grega e da visão judaico-cristã na criação de um modo diferente de olhar para o mundo natural, já presente na Idade Média
    • Os perigos e as limitações da pulsão relativizadora da Historiografia
  • Limitação #5: Como a ciência convive com teorias parcialmente ...

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