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História pros brother - Eu vou fazer você odiar a Dinamarca

Eu vou fazer você odiar a Dinamarca

06/06/22 • 35 min

História pros brother
A Dinamarca é um país da Europa, mais identificado como um país nórdico (uma das origens dos Vikings). A Dinamarca sempre aparece no debate de internet porque muitos dizem que é um país socialista, mas a real é que a Dinamarca tem uma economia de mercado voltada para o Bem-estar social. Quando falamos de países europeus e motivos para odiá-los é praticamente impossível não pensar na sua relação com as colônias ao redor do mundo. A Dinamarca é um desses países que passa desapercebido nesse debate, mas que teve uma presença bem forte na colonização da América. E como você bem sabe, colonização é quase um sinônimo de escravização. E a Dinamarca foi nada menos do que o sétimo país que mais usou o trabalho escravo nas colônias. A Dinamarca aqui na América colonizou três ilhas que ficam no Caribe: São Tomás, São João (Stn John) e as Ilhas Virgens. Como eram territórios pequenos a Dinamarca não precisou entrar em guerra com nenhuma outra potência para conseguir ficar nesse lugar, mas eles tinham um problema: Como era pequenas ilhas, eles não tinham tanta mão de obra disponível para desenvolver o seu mercado de açúcar, um produto valioso do século XVII. O que eles fizeram então? Sequestraram pessoas da África. O lugar que os dinamarqueses mais iam buscar escravos era na região que hoje conhecemos como Gana. Dinamarca chegou a construir um Forte em Gana e levou para o Caribe aproximadamente 110 mil ganeses escravizados. Era um território muito pequeno para essa quantidade de pessoas. A escravidão dinamarquesa tinha como principal característica o uso desse trabalho na produção de açúcar e no trabalho doméstico nas fazendas senhoriais. Os escravizados até organizaram algumas rebeliões e mais famosa aconteceu em 1733. A revolta dos escravizados foi tão grande que a Dinamarca precisou pedir ajuda da Inglaterra para conter os escravos. Essa rebelião durou aproximadamente 8 meses e terminou com um massacre desses revoltosos. Mas a questão que eu quero trazer aqui para você hoje é que a Dinamarca se apresenta como um país muito bonzinho em relação a escravidão e afirma ter sido o primeiro país do mundo a abolir a escravidão de uma vez por todas em 1792, só que a verdade não é bem assim. Até estava rolando um debate sobre a proibição da escravidão alguns anos antes, principalmente na Inglaterra e como a Dinamarca queria estar próxima dos ingleses eles tentaram dar sequência nessa discussão. O que aconteceu foi que um homem chamado Ernest Schimmelmann, que era um ministro do governo dinamarquês, vendo esse debate sobre a proibição da escravidão propôs uma lei no país: disse em 1792 que a Dinamarca deveria acabar com a compra e venda de escravos, tendo como meta fazer isso em até dez anos. Ernest era o homem que mais tinha escravos na Dinamarca, aproximadamente 1.300 escravizados, e lucrava demais com eles. No intervalo desses 10 anos o cara comprou milhares de escravos, os tratou bem para que ficassem saudáveis e os incentivou a ter muitos filhos, mas por quê? A lei falava na proibição da compra e venda de escravos, e não no TRABALHO ESCRAVO EM SI. Dessa forma a Dinamarca ficou bem na fita, sendo o primeiro país a proibir a comercialização de pessoas, mas nesse mesmo período viu a escravidão explodir em suas ilhas. Dentro da rotina dos escravos ele até aliviou a carga de trabalho para dar mais tempo livre para os escravos se “reproduzirem”, palavras dele. Em 1803, a compra e venda foi finalmente proibida, como previa a lei. Mas a lei tinha uma brecha dizendo que entre as três ilhas (as colônias dinamarquesas), ainda era possível fazer a comercialização de pessoas.
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A Dinamarca é um país da Europa, mais identificado como um país nórdico (uma das origens dos Vikings). A Dinamarca sempre aparece no debate de internet porque muitos dizem que é um país socialista, mas a real é que a Dinamarca tem uma economia de mercado voltada para o Bem-estar social. Quando falamos de países europeus e motivos para odiá-los é praticamente impossível não pensar na sua relação com as colônias ao redor do mundo. A Dinamarca é um desses países que passa desapercebido nesse debate, mas que teve uma presença bem forte na colonização da América. E como você bem sabe, colonização é quase um sinônimo de escravização. E a Dinamarca foi nada menos do que o sétimo país que mais usou o trabalho escravo nas colônias. A Dinamarca aqui na América colonizou três ilhas que ficam no Caribe: São Tomás, São João (Stn John) e as Ilhas Virgens. Como eram territórios pequenos a Dinamarca não precisou entrar em guerra com nenhuma outra potência para conseguir ficar nesse lugar, mas eles tinham um problema: Como era pequenas ilhas, eles não tinham tanta mão de obra disponível para desenvolver o seu mercado de açúcar, um produto valioso do século XVII. O que eles fizeram então? Sequestraram pessoas da África. O lugar que os dinamarqueses mais iam buscar escravos era na região que hoje conhecemos como Gana. Dinamarca chegou a construir um Forte em Gana e levou para o Caribe aproximadamente 110 mil ganeses escravizados. Era um território muito pequeno para essa quantidade de pessoas. A escravidão dinamarquesa tinha como principal característica o uso desse trabalho na produção de açúcar e no trabalho doméstico nas fazendas senhoriais. Os escravizados até organizaram algumas rebeliões e mais famosa aconteceu em 1733. A revolta dos escravizados foi tão grande que a Dinamarca precisou pedir ajuda da Inglaterra para conter os escravos. Essa rebelião durou aproximadamente 8 meses e terminou com um massacre desses revoltosos. Mas a questão que eu quero trazer aqui para você hoje é que a Dinamarca se apresenta como um país muito bonzinho em relação a escravidão e afirma ter sido o primeiro país do mundo a abolir a escravidão de uma vez por todas em 1792, só que a verdade não é bem assim. Até estava rolando um debate sobre a proibição da escravidão alguns anos antes, principalmente na Inglaterra e como a Dinamarca queria estar próxima dos ingleses eles tentaram dar sequência nessa discussão. O que aconteceu foi que um homem chamado Ernest Schimmelmann, que era um ministro do governo dinamarquês, vendo esse debate sobre a proibição da escravidão propôs uma lei no país: disse em 1792 que a Dinamarca deveria acabar com a compra e venda de escravos, tendo como meta fazer isso em até dez anos. Ernest era o homem que mais tinha escravos na Dinamarca, aproximadamente 1.300 escravizados, e lucrava demais com eles. No intervalo desses 10 anos o cara comprou milhares de escravos, os tratou bem para que ficassem saudáveis e os incentivou a ter muitos filhos, mas por quê? A lei falava na proibição da compra e venda de escravos, e não no TRABALHO ESCRAVO EM SI. Dessa forma a Dinamarca ficou bem na fita, sendo o primeiro país a proibir a comercialização de pessoas, mas nesse mesmo período viu a escravidão explodir em suas ilhas. Dentro da rotina dos escravos ele até aliviou a carga de trabalho para dar mais tempo livre para os escravos se “reproduzirem”, palavras dele. Em 1803, a compra e venda foi finalmente proibida, como previa a lei. Mas a lei tinha uma brecha dizendo que entre as três ilhas (as colônias dinamarquesas), ainda era possível fazer a comercialização de pessoas.

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undefined - Mitologia Japonesa

Mitologia Japonesa

O que vou chamar de mitologia japonesa surgiu dentro do Xintoísmo, que pode ser considerado a religião nacional do Japão. A mitologia japonesa está baseada em dois livros, um chamado Kijiki, que é o livro mais antigo sobre a história do Japão, feito no ano de 712 d.C. (usando o nosso calendário); e o segundo livro é o Nihonshoki, que é um livro de crônicas e considerado o segundo mais antigo da história do Japão. Mesmo esses dois livros terem algumas pequenas divergências entre eles, são considerados os fundadores da mitologia japonesa e até hoje são lidos e estudados como forma de conhecer a própria história do Japão e seus deuses. A Mitologia Japonesa se forma em um momento em que o Budismo estava crescendo, principalmente na China e chegou até a influenciar o Xintoísmo e os japoneses. Até por isso esses dois livros que eu comentei com você foram escritos, para organizar a parada. Mas como toda boa mitologia, no início de tudo era o caos. Praticamente todas as mitologias e religiões se iniciam com essa ideia de caos que em seguida foi organizado e na Mitologia Japonesa isso aconteceu depois que a terra e os céus se separaram e espontaneamente surgiram os três Kamis, que são espíritos da natureza, a tríade da natureza. Os Kamis não chegam a ser deus ou deuses, e sim espíritos. Os Kamis tinham uma função nesse mundo que estava aos poucos se organizando. Esses Kamis deram origem a outros Kamis e dentro da Mitologia Japonesa esses Kamis viraram espíritos que estavam em todos os elementos da natureza e até nas emoções. O Kami das águas, das florestas, das lágrimas, do segundo rio, etc. Quando a terra se separou dos céus, nesses dois ambientes surgiram Kamis que criaram algumas coisas em cada um dos lugares mais depois desapareceram. Os Kamis dos céus criaram a condensação do ar, enquanto os Kamis da terra criaram os bambus. Mas como disse, todos desapareceram. Depois da sétima geração de Kamis que desapareceram, finalmente surgiu e se apresentou ao mundo Izanagi e Izanami. Izanagi era o macho que convida; e Izanami era a fêmea que convida. São conhecidos como o par primordial, aqueles que vão dar origem a todas as coisas. Para a Mitologia Japonesa, o início da vida se dá a partir da criação de um homem e de uma mulher. Quando esse “casal” apareceu, os Kamis que tinham desaparecido voltaram e deram a eles a missão de organizar a terra. Toda boa mitologia que se prese além de deuses, espíritos e criação de mundos tem elementos ferramentas especiais para executar determinada função. O maior exemplo disso é o Thor e seu martelo. Izanagi e Izanami receberam uma lança decorada com joias, chamada Amenonuhoko (lança do céu). Com essa lança, Izanagi que estava nos céus, remexeu a terra e quando levantou a lança uma gota caiu. Essa gota seria a primeira ilha, que comporia o Japão. Não sei se seus conhecimentos de geografia chegam a esse ponto mas o Japão é um arquipélago, conjunto de ilhas. Essa grande ilha passou a se chamar Onogoro, e serviu como morada de Izanagi e Izanami. O que temos aqui é um “pai” e uma “mãe” primordial, assim como temos em outras mitologias. Adão e Eva; Gaia e Urano, etc. Nesse ponto dá para ver que de certa forma boa parte das mitologias tem algo em comum, mesmo que de origens completamente diferentes uma das outras.

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Minas Embaçadas: Hipátia de Alexandria

Hipátia nasceu na cidade de Alexandria, no Egito no ano 351 d.C.. Nós não sabemos com certeza se esse foi o ano exato de nascimento dela mas é o mais provável. Nesse período o Egito e consequentemente Alexandria pertenciam ao grande Império Romano, que já estava passando por seus momentos de enfraquecimento e logo mais irá cair. É importante falar do lugar que ela nasceu e como estava a política daquele período porque ao longo do episódio a história de Alexandria e de Roma vão cruzar com a história da nossa personagem. Hipátia, ou Hipácia, de Alexandria nasceu de uma família de posses, mas não sabemos o nome de sua mãe. Nós sabemos que ela tinha boas condições financeiras e sociais porque seu pai foi um homem chamado Téon de Alexandria, um dos mais importantes professores de filosofia, astronomia, e matemática na sua cidade. Nós não temos acesso a muitos documentos sobre a infância da Hipátia, mas o que sabemos é que ela era bastante próxima do seu pai, que incentivava bastante a busca pelo estudo por parte da sua filha. Seu pai foi um dos maiores responsáveis por mostrar a Hipátia que um dos principais objetivos da vida deveria tentar descobrir aquilo que ainda é desconhecido. Só que a filosofia da época tinha uma forma bem interessante de pensar a relação entre mente e corpo. O ideal Helênico dizia que para a mente ser sã, o corpo também precisava ser são. Ou seja, os pensadores também tinham que desenvolver habilidades físicas! Por ser filha de um importante pensador, quando atingiu à juventude, começou a estudar na Academia de Alexandria ̧ um dos mais importantes centros de estudo do mundo daquele período. A Alexandria sempre teve um legado muito grande ligado ao estudo e ao desenvolvimento cultural da sociedade. Tanto que Alexandria tinha uma das maiores bibliotecas do mundo, diversos museus e artefatos que Alexandre o Grande e seus sucessores usavam para mostrar o quanto eles valorizavam a cultura. Durante toda a sua vida de estudos e de ensinamentos, Hipátia nunca escreveu algum livro sobre sua própria vida, escrevendo apenas tratados sobre matemática, filosofia, astronomia e lógica. O que sabemos sobre sua personalidade e características pessoas é tirado de um livro de um cara chamado “Sinesio de Cirene”, que foi um Bispo Cristão que por muito tempo foi aluno de Hipátia e trocou com ela uma série de cartas. São essas cartas que temos acesso até hoje e podemos descobrir mais sobre essa importante pensadora.

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