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História pros brother - Coligay: a primeira torcida organizada gay

Coligay: a primeira torcida organizada gay

10/04/21 • 30 min

História pros brother
Em 1977, Valmor Santos decide criar algo completamente inédito no Brasil. Ele era gerente da boate Coliseu, mas mais do que isso: ele era gremista. Vendo o time do coração passando por dificuldades no campo de futebol, ele vai fundar a Coligay. A Coligay (junção das palavras Coliseu e Gay) foi a primeira torcida organizada gay no país. Se hoje a homofobia ainda é latente na sociedade, na década de 70 as coisas eram ainda piores. O preconceito sofrido pelos torcedores da Coligay foi algo monstruoso, mas o pior é que não era esse o único desafio para os torcedores. A Coligay existiu dentro do período que uma Ditadura Militar estava vigente no país. Por isso, além da homofobia sofrida por civis, militares agentes do Estado também perseguiam a torcida, sobretudo através da vigilância da Delegacia de Costumes. Mas mesmo com uma página muito triste em sua história, pode-se dizer que a Coligay cumpriu o que de comprometeu. Em uma entrevista pra um jornal, Valmor Santos disse: "A Coligay era uma ideia muito antiga, eu já pensava nisto há muito tempo. Eu sou gremista fanático desde que nasci e sempre tive vontade de organizar uma torcida. Achava que os torcedores do Grêmio eram muito parados, que não sabiam incentivar o time. Então, no início deste ano, quando eu senti o Grêmio realmente iria ser o campeão, decidi formar o grupo". E sim: a torcida funcionou. O time gaúcho que não vencia um campeonato regional desde 68, terminou o ano de 83 com a vitória do Mundial em Tóquio. Entre 77 a 83, era comum ver em campo uma torcida animada cantando o seu hino e ajudando a trazer vitórias inesquecíveis para o time do coração: "Nós somos da Coligay; com o Grêmio eu sempre estarei. É bola pra frente, campeão novamente. É Grêmio, força e tradição. Sou tricolor pra valer, pra vibrar e vencer, para o que der e vier. Nós, Coligay de pé-quente, estaremos presentes onde o Grêmio estiver".
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Em 1977, Valmor Santos decide criar algo completamente inédito no Brasil. Ele era gerente da boate Coliseu, mas mais do que isso: ele era gremista. Vendo o time do coração passando por dificuldades no campo de futebol, ele vai fundar a Coligay. A Coligay (junção das palavras Coliseu e Gay) foi a primeira torcida organizada gay no país. Se hoje a homofobia ainda é latente na sociedade, na década de 70 as coisas eram ainda piores. O preconceito sofrido pelos torcedores da Coligay foi algo monstruoso, mas o pior é que não era esse o único desafio para os torcedores. A Coligay existiu dentro do período que uma Ditadura Militar estava vigente no país. Por isso, além da homofobia sofrida por civis, militares agentes do Estado também perseguiam a torcida, sobretudo através da vigilância da Delegacia de Costumes. Mas mesmo com uma página muito triste em sua história, pode-se dizer que a Coligay cumpriu o que de comprometeu. Em uma entrevista pra um jornal, Valmor Santos disse: "A Coligay era uma ideia muito antiga, eu já pensava nisto há muito tempo. Eu sou gremista fanático desde que nasci e sempre tive vontade de organizar uma torcida. Achava que os torcedores do Grêmio eram muito parados, que não sabiam incentivar o time. Então, no início deste ano, quando eu senti o Grêmio realmente iria ser o campeão, decidi formar o grupo". E sim: a torcida funcionou. O time gaúcho que não vencia um campeonato regional desde 68, terminou o ano de 83 com a vitória do Mundial em Tóquio. Entre 77 a 83, era comum ver em campo uma torcida animada cantando o seu hino e ajudando a trazer vitórias inesquecíveis para o time do coração: "Nós somos da Coligay; com o Grêmio eu sempre estarei. É bola pra frente, campeão novamente. É Grêmio, força e tradição. Sou tricolor pra valer, pra vibrar e vencer, para o que der e vier. Nós, Coligay de pé-quente, estaremos presentes onde o Grêmio estiver".

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undefined - O rei inglês que quase se tornou muçulmano

O rei inglês que quase se tornou muçulmano

O rei Henrique II da Inglaterra era um rei excêntrico. Certa vez ele foi à cidadezinha de Winchester e permitiu que a plebe “realizasse uma eleição livre”, mas proibiu “de eleger qualquer um que não fosse Ricardo, meu escrivão”. Ele governou a Inglaterra bem no meio das Cruzadas. Período da história onde cristãos foram até o Oriente Médio pra lutar contra muçulmanos. Nessa época, vale ressaltar, os muçulmanos eram vistos como inimigos da cristandade. E justamente nesse período que Henrique II da Inglaterra, que também era o duque da Normandia e da Aquitânia, conde do Maine, Anjou e Touraine, senhor áreas da França, chega a enviar uma carta ao Papa Alexandre III em tom de ameaça, dizendo que ele poderia se converter ao Islamismo. Pois é. É difícil saber as reais intenções de Henrique II. Talvez fosse apenas um blefe ou algo do gênero, mas a verdade é que ele desde criança mostrou-se minimamente interessado pela religião islâmica. Isso porque os pais de Henrique seguiram o conselho de William de Malmesbury: “um rei sem letras é [apenas] um asno com uma coroa". Por isso ele sempre estudou muito, incluindo outras culturas. E desde cedo ele mostrou um interesse especial pelo Islamismo e até pela língua árabe e tudo indica que ele sabia falar muito bem o idioma. As motivações de Henrique II para a conversão do Islã foram basicamente questões familiares. Casos de família. Casos de família real.

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undefined - Revolta de Stonewall

Revolta de Stonewall

É comum ver membros do movimento LGBTQIA+ considerando como um dos momentos que mais inspirou a sua luta e à organização desse movimento, a Revolta de Stonewall. Em 69, frequentadores do bar Stonewall Inn, na cidade de Nova Iorque, decidiram se revoltar contra a opressão da polícia que frequentemente caía em cima do público do lugar. Na década de 60, muitos estados dos EUA ainda criminalizavam a relação entre pessoas do mesmo gênero. E por mais que em 69 muitos estados já tivessem derrubado essa lei, em Nova York ela estava firme. Além disso, a State Liquor Authority (SLA) proibia a venda de bebidas alcoólicas para estabelecimentos considerados gays. Entretanto, o dono do Stonewall Inn era um mafioso, que pagava uma quantia agradável para os policiais ignorarem o lugar e não fiscalizarem de forma adequada de acordo com a lei. Mas o esqueminha não durou pra sempre. No dia dia 28 de junho de 1969 os policiais apareceram num horário não acordado, e prendeu várias pessoas por estarem “violando o estatuto de vestuário", já que a lei exigia que as pessoas usassem pelo menos três peças de roupas consideradas apropriadas ao seu gênero. Enquanto as prisões eram feitas, uma multidão se cansou do abuso policial com algo inofensivo, se juntou na frente do bar e começaram tacar garrafas, cadeiras e tudo que estivesse em sua volta nos policiais. "A dor, a raiva, a frustração, a humilhação, a constante insistência, a constante agitação que causaram em nossas vidas: agora era a hora de se livrar disso tudo. (...) Não precisava machucar um policial, não precisava machucar ninguém, só precisava gritar.” disse Martin Boyce ao The New York Times, que frequentava o Stonewall. Esse movimento inspirou muitos outros a se rebelarem contra leis que perseguiam pessoas LGBTQIA+ e até hoje é relembrado constantemente. No ano seguinte após a Revolta de Stonewall, pessoas se encontraram na frente do bar no aniversário do caso para comemorar um ano da revolta e, desde então, o aniversário da Revolta são as modernas paradas LGBTQIA+.

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